Quando e como apaixonou-se pela literatura?
Desde pequena tenho curiosidade com a palavra escrita. Minha mãe conta muito sobre como perdia horas aos 4 anos de idade sentada tentando entender as letras dos livros. Logo mais comecei a ler aqueles livros pequenos da escola, os paradidáticos, depois comecei a ler clássicos que meu irmão acumulava na estante e, só posteriormente, comecei a comprar meus próprios livros aos 11 anos. Acho que nunca tive um momento exato em que esse amor por livros “me pegou de jeito”, foi uma construção que tive ao longo dos anos. Meus pais não possuíam o costume, mas acho que foi fundamental que me passassem a importância do hábito. A escola também foi de suma importância, claro.
Qual seu livro preferido e com que motivo?
Que pergunta! Essa é bem difícil, acho que não tenho um preferido. Foi só perguntar e surgiram em minha mente um emaranhado de títulos. Se eu fosse escolher um, no momento, provavelmente seria O Restaurante no Fim do Universo, do Douglas Adams. Acho que é um livro muito divertido e te faz pensar. Eu ainda penso nele e não o leio há anos! Tive uma crise vegetariana logo que terminei o livro, mexeu muito comigo algumas cenas porque não tinha parado para pensar nessas coisas. Adams é cômico, isso faz dele único. Eu super recomendo a leitura dos livros da Trilogia de Cinco.
E como começou sua paixão pela escrita? Quando começou a escrever e qual foi seu primeiro livro?
Foi bem impulsivo, na verdade. Eu tinha 12 anos quando comecei a escrever meu primeiro livro, Vesperelegia – O Objeto da Escuridão. O nome me veio, foi quase como uma necessidade escrever a história, não podia fugir. Terminei alguns meses depois e fui revisando, melhorando a história com o tempo. Demorou 4 anos para que eu sentisse que ele estava pronto de verdade, do jeito que queria. É um livro que vai amadurecendo com a narrativa e o primeiro da trilogia. Sempre o imaginei como uma trilogia e estou no momento escrevendo o próximo. Tenho várias ideias. Estou muito ansiosa com isso.
Qual o seu maior sonho neste mundo literário?
Acho que ser lido é o sonho de qualquer escritor. Espero que minhas palavras ecoem, que façam bem para alguém como fizeram para mim.
O que acha do mercado literário atual?
Bem difícil acho que todos temos consciência que é - principalmente no Brasil. Mas editoras como a PenDragon e tantas outras estão inovando dando atenção aos livros nacionais. Falando de fantasia é ainda mais complicado. É muito bom ver conteúdo sendo produzido e consumido - e essa é uma tendência para os próximos anos. Podemos encontrar nossas próprias histórias e isso é mais que um discurso patriota.
De onde veio a inspiração para o livro?
No começo seria totalmente diferente do que é. Queria fazer algo como Grimm, mas acabei voltando atrás e transformando tudo. Fiz meu próprio universo. Acabei me inspirando dentro dele.
Qual foi sua inspiração para o protagonista?
Eu gosto muito da Greta. Acho que ela tem muito de mim, inicialmente - mas foi tomando sua própria forma, suas próprias vontades. Engraçado como aconteceu. Hoje sinto que poderia ser como uma filha minha realmente ou uma das minhas melhores amigas. Algo assim.
Tem algum personagem que você considere especial, além do protagonista, na trama? Com que motivo?
Difícil. Eu escolheria o Vinci. Ele foi um personagem divertido de criar, imaginar seu mundo, sua cultura e sua história. O idioma, principalmente. O fato de ser um "monstrinho" de outra dimensão me deixa feliz. Sem o Vinci, Greta não saberia onde ir.
Qual das cenas você considera mais importante? Qual o motivo?
A que aparece na capa do livro. Acho que é um dos grandes momentos. É o momento da Greta saber ou não se toda a jornada dela foi em vão. É como saber se você passou no vestibular (risos).
Em sua concepção, com que motivo as pessoas deveriam ler seu livro?
Pergunta capciosa! (risos) Eu já o li várias vezes. É um livro divertido, a narrativa cresce. Não canso de ler. Eu me pego pensando se fui eu mesma que escrevi! (risos) Não sei muito bem responder essa pergunta, a sua, sem pensar em mim, mas eu o escrevi, então isso é muito capcioso! (mais risos).
Tem alguma cena que você chorou durante a escrita? Qual o motivo?
A última cena! Foi o final do meu primeiro livro, fiquei muito emocionada. Eu chorei demais, fiquei repetindo "acabei, não acredito". Foi bem intenso.
Deixe uma mensagem para seus leitores e futuros leitores.
É tão bom dividir esse mundo. Agradeço por isso.
Maria é maravilhosa, sério!!! Ler essa entrevista e sentir de leve o quanto ela é incrível, traz um orgulho imenso. Espero que muita gente tenha a oportunidade de conhecer seu trabalho, que eu acredito ter sido feito com muito empenho e maestria. Desejo a ela (não só como pessoa próxima, mas como escritora também) todo sucesso do mundo. <3
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